quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Ausência... quando não há o que fazer.

E da noite para o dia, minha vida virou de cabeça para baixo, fui forçada a me acostumar com a ausência, mas não com uma ausência qualquer, mas com a ausência da mulher da minha vida, ausência daquela a qual eu devo o que sou. Como assim eu tenho que ser forte??? Quem cuidará de mim agora? Quem ouvirá meus desabafos? Quem me dará colo? Como assim ela se foi? 
Então está bem, serei forte. De que jeito? O cheiro dela está pela casa, tudo o que tem dentro da casa, foi escolhido por ela!!!
O que mais ouvia: "Ela descansou" ou "Ela está na glória com o Pai". 
Sempre concordei, mas e eu????? Eu estou aqui ainda, minha alma está chorando e nada vai aliviar essa dor. Não estou menosprezando o poder de Deus, mas eu sei do meu relacionamento com Ele e Ele me conhece muito bem, tenho certeza que Ele entendeu meu sofrimento, por diversas vezes me senti sendo carregada por Ele. Não sei se já passaram por isso, mas o deserto que o luto causa, é devastador, no meu caso saber que "nunca" mais comeria aquele arroz, achar bilhetinhos dela, agradecendo por ser uma boa filha, saber que bilhetes com aquela letra, eu não receberia mais...
Nosso relacionamento era de muito amor e cumplicidade, claro que brigávamos, ela na maioria das vezes me dava gelo, porque eu tinha que amadurecer.
O que quero dizer, é que no meu caso, não é remorso, é a ausência mesmo, é a saudade que aumenta a cada dia.
O tempo foi passando, e hoje após 12 anos, ainda me acostumo com a ausência e convivo com a saudade. Ainda escuto sua doce voz me chamando. Vejo meu filho brincando e imagino como ela se divertiria com ele.
A morte trás uma ausência, que por mais que tentemos, não há o que fazer para amenizar a dor.

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